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Preparação -

O Dr. Zimbardo* e a sua equipa converteram a cave do departamento de psicologia de Stanford numa prisão simulada. Esse seria o cenário da experiência.

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Preparação -

Colocaram um anúncio no jornal procurando voluntários pagos para participarem num estudo sobre os efeitos psicológicos da vida na prisão e receberam 75 respostas.

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Pé de igualdade -

Os participantes escolhidos eram todos jovens saudáveis, de origens socioeconómicas semelhantes e com um bom nível de inteligência.

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Divisão de papéis -

Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 10 prisioneiros e 11 guardas.

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Prisão -

A experiência começou com os presos a serem "detidos" nas suas casas pela polícia real, sendo depois levados para a esquadra e seguindo todos os procedimentos de uma detenção real.

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Os presos - A seguir foram vendados e levados para a prisão simulada. As paredes estavam despidas e as portas e janelas trancadas.

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Os presos -

Os prisioneiros foram todos despidos e despiolhados. De seguida foram-lhes dados uniformes com um número de identificação.

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Desumanização -

Daí em diante seriam referidos apenas pelo seu número de identificação e também teriam de se referir a si mesmos e aos outros presos pelos números de identificação em vez dos seus nomes.

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Desconexão -

Todos os guardas usavam uniformes idênticos e óculos escuros para impedir o contacto visual.

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Reprodução -

Esses detalhes foram escolhidos para produzir os sentimentos de humilhação e anonimato experienciados pelos prisioneiros reais, mesmo que não representem políticas prisionais reais.

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Os guardas -

Os guardas trabalhavam em turnos de oito horas, três de cada vez. Tinham apitos e cassetetes e foram instruídos para fazerem o que fosse necessário para manter a ordem.

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Mínima interferência -

O Dr. Zimbardo atuou como diretor da prisão, mas ficou principalmente a observar os desenvolvimentos.

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Contagens -

Os guardas começaram a afirmar o seu domínio através de "contagens". Acordavam os prisioneiros com apitos às 2:30 da manhã e faziam-nos ficar contra a parede. Isso seria repetido em intervalos regulares para dar aos guardas oportunidades frequentes de interação com os prisioneiros.

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Castigos -

Se os guardas sentiam que os reclusos estavam a ser desrespeitadores, obrigavam-nos a fazer flexões, às vezes com um guarda ou companheiro de prisão em cima das costas.

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Intimidação crescente -

Os prisioneiros eram forçados a realizar tarefas sem sentido e eram frequentemente insultados e desmoralizados pelos guardas.

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Desobediência decrescente -

Os presos eram geralmente submissos e levavam as regras muito a sério. Chegavam mesmo a expressar raiva contra colegas prisioneiros que infringiam as regras, e às vezes ficavam do lado dos guardas.

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Rebelião - Foi uma surpresa quando os prisioneiros se revoltaram no segundo dia. Tiraram o uniforme e barricaram-se nas suas celas, empurrando as camas contra a porta, provocando os guardas através das grades.

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Resposta dos guardas -

Os guardas ficaram zangados e frustrados e decidiram pedir reforços. Guardas de folga foram chamados e pulverizaram os prisioneiros com extintores antes de arrombarem as portas.

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Rescaldo -

As relações entre os guardas e prisioneiros mudaram a partir desse ponto. Os guardas tornaram-se mais sarcásticos e desprezavam abertamente os prisioneiros, e os prisioneiros tornaram-se mais submissos e oprimidos.

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Mudança de tática - Esse foi o momento em que os guardas tiveram a ideia de usar táticas psicológicas em vez de físicas.

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Privilégios -

Começaram a tratar os direitos básicos dos presos, como comer, escovar os dentes ou usar a casa de banho como "privilégios", que poderiam ser dados ou retirados dependendo do seu comportamento.

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Humilhação -

Forçaram os prisioneiros a usar um balde para fazerem as suas necessidades e recusaram-se a deixá-los esvaziá-lo, aumentando ainda mais a degradação e o assédio.

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Manipulação - Os líderes da rebelião tiveram os seus privilégios retirados, enquanto os outros foram autorizados a comer comida especial à frente deles. Isso matou a solidariedade entre os prisioneiros.

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Manipulação -

Mais tarde, mudaram repentinamente a estratégia e deram privilégios aos prisioneiros mal comportados. Isso criou a impressão de que estes estavam a ser recompensados por denunciarem os seus companheiros de prisão, mesmo que esse não fosse o caso.

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Ponto de rutura -

Quando um prisioneiro teve um colapso mental e foi retirado da prisão para descansar numa sala próxima, os guardas fizeram os restantes prisioneiros cantarem alto dizendo que ele era um "mau prisioneiro".

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Ponto de rutura -

O Dr. Zimbardo instou o homem angustiado a abandonar a experiência, mas ele recusou, dizendo que não podia sair porque os seus colegas de cela pensariam mal dele.

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Desconexão da realidade -

O médico teve de lhe lembrar que ele não era um prisioneiro e que não estava numa prisão real. O homem que chorava incontrolavelmente mudou de repente o seu comportamento e concordou em sair.

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O fim -

Múltiplos prisioneiros tiveram esgotamentos semelhantes, em que começavam a chorar e a gritar. A experiência deveria durar duas semanas, mas o Dr. Zimbardo terminou-a ao sexto dia.

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Conclusões -

O sadismo e a agressão que os guardas exibiram numa questão de dias foram chocantes para o Dr. Zimbardo e a sua equipa. A escalada do abuso e do sofrimento psicológico dos prisioneiros foi sem precedentes.

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Conclusões -

Os investigadores descobriram várias semelhanças entre o comportamento dos guardas e os relatos do comportamento dos oficiais nazis que guardavam os campos de concentração.

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Conclusões -

O Dr. Zimbardo chegou à conclusão de que os seres humanos se adaptam prontamente aos papéis sociais que devem desempenhar, particularmente papéis fortemente estereotipados, como o de um guarda prisional.

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Conclusões -

Se aplicarmos os resultados dessa experiência a outras situações, isso talvez nos ajude a entender a crescente epidemia de brutalidade policial.

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Conclusões -

Esta experiência*, juntamente com muitos outros eventos da História, mostra como as pessoas comuns são suscetíveis ao poder das situações e sistemas.

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Conclusões - É assustador pensar que não estamos totalmente no controlo de nós mesmos. Uma maior consciencialização do nosso potencial de sermos influenciados dessa maneira pode ajudar-nos a todos a não sucumbirmos a esse fenómeno.

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Conclusões -

A verdadeira lição aprendida com essa experiência e o aumento da brutalidade policial pode ser a necessidade urgente de reforma do sistema de justiça criminal.

Veja também: Histeria em massa: um fenómeno humano

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