A princesa Aurora e o príncipe Filipe encontram-se na floresta, onde cantam "Era Uma Vez um Sonho" e se apaixonam instantaneamente.
Maléfica lança um feitiço a Aurora para morrer espetando o dedo no eixo de uma roda giratória antes do pôr do sol no aniversário dos seus 16 anos.
Felizmente, uma das boas fadas muda o feitiço para que Aurora caia apenas nm sono profundo, mas a única maneira de a acordar do sono é com um beijo de amor verdadeiro. Maléfica tenta impedir o príncipe Filipe de chegar a Aurora, mas acaba por falhar.
"Contos de Perrault" inspirou a Disney, mas foi a história de 1634 do autor italiano Giambattista Basile "Sole, Luna, e Talia" (Sol, Lua e Talia) que inspirou Perrault em primeiro lugar.
A princesa, chamada Talia, cai "morta" quando um pedaço de linho se enfia sob a sua unha, e a sua família deixa-a num palácio sozinha. Um dia, um rei dá com o palácio e entra por uma janela.
Ele encontra-a inconsciente, como se estivesse morta, e fica cheio de tristeza, mas com o sangue a pulsar nas suas veias, "colheu os primeiros frutos do amor". Como se abusar s e x u a l m e n t e de uma m u l h e r inconsciente não fosse suficiente, meta-se um pouco de suposta n e c r o f i l i a à mistura.
Depois de se ter satisfeito com esse ato horrendo, o rei retorna ao seu reino e esquece Talia completamente por nove meses.
Nesses nove meses, Talia engravida e dá à luz gémeos, que vêm com duas fadas que colocam os bebés, chamados Sol e Lua, nos seios da mãe. De alguma forma, as fadas são mais críveis do que continuar a dormir durante um parto de gémeos.
Eles não conseguiam encontrar os m a m i l o s, por isso começaram a chuchar nos dedos dela, e um dos gémeos conseguiu sugar a lasca de linho. Talia acorda! Em vez de gritar confusa com o que a rodeia, começa simplesmente a alimentá-los.
Depois de nove meses sem pensar em Talia, o rei lembrou-se dela e decidiu visitá-la novamente, dando a desculpa de ir caçar. Consegue provavelmente adivinhar as suas intenções…
Para sua surpresa, encontra Talia e os gémeos e, cheio de alegria, conta-lhe o que aconteceu entre eles. Talia e o rei passam então alguns dias juntos e criam laços. Difícil de acreditar, mesmo numa obra de ficção.
O rei retorna ao seu reino com a promessa de que a levará de volta com ele em breve. Porquê todo o sigilo? Ah, sim, é verdade: o rei é casado.
Após uma viagem de caça tão longa e com a estranha compulsão do rei em repetir o nome de Talia e dos bebés em voz alta, a rainha naturalmente começa a ter suspeitas. É então que ameaça um dos homens do rei, e ele conta-lhe tudo sobre Talia.
A rainha escreve a Talia em nome do rei, pedindo-lhe que enviasse os filhos porque ele queria vê-los. Talia, claramente com lesões cerebrais, fá-lo prontamente.
A rainha ordenou ao seu cozinheiro que matasse os bebés e os preparasse em pratos saborosos para o marido. No entanto, o cozinheiro não teve coragem, e levou os bebés para casa para a sua esposa, cozinhando antes a refeição com cordeiro.
O rei continuou a comentar como tudo estava delicioso, e a rainha, perturbadoramente, ia repetindo: "Come, come, que estás a comer o que é teu". Muito subtil. Ele acaba por ficar irritado e diz que realmente estava a comer o que era dele, porque ela não fazia nada por ele.
Desta vez, ela mandou buscar Talia, novamente em nome do rei, e decidiu que a iria queimar na fogueira pelo que lhe tinha feito. Talia tentou explicar que o rei a tinha engravidado enquanto ela estava inconsciente, mas a rainha ignorou as suas "desculpas".
Talia pede para tirar a roupa antes de ser queimada, e a rainha acede porque quer as suas vestes ricas. Talia grita à medida que tira cada peça de roupa, numa cena genuinamente surreal.
O rei é alertado pelo barulho e exige saber o que estava a acontecer. A rainha revela que a refeição que ele tanto apreciara era feita com os seus filhos, e ele fica tão arrasado que ordena que ela seja atirada à fogueira.
O cozinheiro revela que não teve coragem de matar as crianças, e sua esposa presenteia o rei com os seus gémeos.
Tendo conquistado o vilão da história (a esposa de um v i o l a d o r infiel), o rei, a sua vítima e os filhos que ela deu à luz sem o seu conhecimento viveram felizes para sempre…
Termina com o provérbio "Aqueles a quem a sorte favorece / Encontram a sorte mesmo durante o sono".
O filme da "Bela Adormecida" da Disney é lançado em 1959, naquela que é conhecida como a "Era Clássica" da Disney.
A Bela Adormecida tornou-se parte do trio de princesas que personificavam o estereótipo tradicional, obediente e taciturno da dona de casa, onde a beleza externa era privilegiada acima de tudo.
A personagem de Maléfica é uma das maiores mudanças, pois uma esposa desprezada (ainda que terrivelmente violenta) é substituída por uma feiticeira ciumenta e malvada com aparentemente poucos motivos para as suas ações.
Mas "Maléfica" da Disney (2014) mudou completamente a narrativa novamente. O filme de ação ao vivo conta a história da perspetiva de Maléfica, que não é má no seu íntimo, mas faz coisas más quando traída pelo homem que amava.
Maléfica lança o feitiço do sono sobre a filha do homem, sim, mas também tenta anulá-lo depois de a conhecer. Após o feitiço, Maléfica leva o príncipe Filipe à Aurora em coma, esperando o antídoto do beijo do verdadeiro amor.
Mas o beijo do príncipe Filipe não funciona! Desesperada, Maléfica beija a testa da rapariga e ela acorda. O filme acaba por posicionar a famosa antagonista como o verdadeiro amor da princesa.
O pai de Aurora, o homem que procurou refúgio junto de Maléfica e depois a traiu drogando-a e cortando as suas asas para se tornar rei, morre no final. Talvez seja a penitência paga pelo comportamento do rei de Basile.
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A macabra história real por trás da Bela Adormecida
Como o conto de fadas que conhece teve origem num conto de pesadelo
LIFESTYLE Disney
A esta altura já todos sabemos que a maioria dos contos de fadas têm origens sombrias, mas a história da lendária Bela Adormecida supera tudo em termos de sangue, abuso e tudo aquilo que a humanidade tem de pior. A maldição da princesa da Disney, dormir até que ela seja despertada com o beijo do amor verdadeiro, já é um pouco questionável para os padrões de hoje, mas a versão da Disney está muito longe do original assustador do século XVII.
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