Durante a Revolução Industrial, ocorreu a transição em larga escala para novos processos de fabrico na Europa e nos Estados Unidos, entre meados de 1700 e meados de 1800, e representou uma era de grande avanço tecnológico. Foi também uma época em que foram introduzidas numerosas alterações pioneiras, inovações-chave que mudariam a maneira como vivemos para sempre. De facto, grande parte da tecnologia usada no setor industrial hoje tem as suas origens na modernização da indústria nos séculos XVIII e XIX.
Clique na galeria a seguir e dê uma vista de olhos nos métodos revolucionários de produção que começaram a ocorrer há 250 anos.
Richard Arkwright ficou conhecido como o "pai do sistema de fabrico industrial depois de ter construído a Fábrica de Fiação de Cromford em Derbyshire, Inglaterra em 1771. Foi a primeira fábrica de fiação de algodão movida a água do mundo.
Em 1712, Thomas Newcomen inventou o motor atmosférico: a primeira máquina a vapor do mundo. Era usado principalmente para bombear água das minas. Foram construídas centenas ao longo do século XVIII.
Uma melhoria em relação à máquina de Newcomen, o desenho do engenheiro escocês James Watt foi introduzido comercialmente em 1776. A máquina a vapor Watt tornou-se rapidamente uma das forças motrizes da Revolução Industrial. Figurativa e literalmente.
Inventada em 1764 por James Hargreaves, a máquina de fiar hidráulica era um mecanismo giratório que permitia aos trabalhadores tecer mais lã. Foi um desenvolvimento fundamental na industrialização da tecelagem.
A máquina de fiar giratória, criada por Samuel Crompton em 1775, foi construída com base no desenho da máquina de fiar hidráulica e era usada para tecer algodão e outros tecidos — em particular musselina. Operadas manualmente ao início, as versões posteriores funcionavam a vapor. A máquina de fiar giratória foi a máquina de fiar mais comum de 1790 até cerca de 1900, e ainda foi usada para fios finos até ao início dos anos 80.
Outro dos principais desenvolvimentos na industrialização da tecelagem durante o início da Revolução Industrial, o tear mecânico foi introduzido em 1784 pelo inventor inglês Edmund Cartwright. Em 1850, havia cerca de 260 000 teares mecânicos instalados em fábricas em toda a Inglaterra.
A tecnologia de maquinar ferramentas floresceu durante a Revolução Industrial. Entre as invenções mais importantes esteve o torno de roscar, desenvolvido por Henry Maudslay. A sua invenção de 1800 permitiu a produção em massa de tamanhos padrão de roscas de parafuso em Inglaterra e noutros países.
Inaugurada em 1781, a Ponte de Ferro é uma ponte em arco de ferro fundido que atravessa o rio Severn em Shropshire, Inglaterra. Foi a primeira grande ponte do mundo a ser feita de ferro fundido e hoje é elogiada como um símbolo da Revolução Industrial.
Na era pré-Revolução Industrial, a condição das estradas britânicas era lamentável, de qualidade inferior e com fraca manutenção. Então, o engenheiro civil escocês John McAdam desenvolveu uma nova técnica de construção de estradas que revolucionaria a construção de estradas para sempre. Ele chamou-lhe "macadamização" — um método eficaz e económico de construção de estradas, no qual camadas de pedra britada de pequenas pedras angulares de tamanho único são niveladas sob uma camada de poeira de pedra, como ilustrado nesta fotografia de 1800.
Em 21 de fevereiro de 1804, a locomotiva "Pen-y-darren" de Richard Trevithick fez a primeira viagem ferroviária registada do mundo no sul de Gales. Mas George Stephenson e o seu filho Robert foram os responsáveis pela construção da máquina a vapor mais avançada da sua época, o "Foguetão". Projetado em 1829, a sua chaminé na frente e uma fornalha separada na parte traseira tornaram-no o modelo para futuras locomotivas a vapor durante os 150 anos seguintes. Foi usada pela última vez em 1876 (na foto).
As ferrovias tornaram-se viáveis através da introdução generalizada de ferro barato após 1800, e em 1830 era inaugurada a Liverpool and Manchester Railway — a primeira ferrovia interurbana do mundo!
O advento da iluminação comercial a gás lançou uma nova luz na Europa e nos Estados Unidos depois de ter sido desenvolvida e introduzida em 1792 pelo engenheiro escocês William Murdoch. Permaneceu o método padrão de iluminação pública até à década de 1930. Na foto: uma rua da cidade de Nova Iorque numa noite húmida de inverno de 1885, com iluminação pública.
O eminente químico e inventor Humphry Davy construiu a primeira lâmpada de arco do mundo em 1807 e, ao fazê-lo, inventou o novo campo da eletroquímica. Na foto: trabalhadores montam lâmpadas de arco na fábrica da West Lynn General Electric em Massachusetts.
O físico alemão Joseph von Fraunhofer inventou o espectrómetro óptico em 1814, que foi desenvolvido para permitir a análise química de objetos brilhantes. Uma das primeiras descobertas feitas com este instrumento foi a composição do sol.
Os primeiros fósforos modernos — fósforos que produzem ignição por atrito — foram inventados pelo químico inglês John Walker em 1826.
O gerador elétrico foi inventado pelo cientista inglês Michael Faraday em 1831. A sua descoberta ocorreu durante uma série de experiências inovadoras nas quais ele descobriu a indução eletromagnética, levando-o a construir o Disco de Faraday (na foto), o primeiro gerador elétrico do mundo.
Expandindo os princípios básicos dos geradores eletromagnéticos descobertos por Michael Faraday, o fabricante de instrumentos francês Hippolyte Pixii construiu uma forma primitiva de gerador elétrico de corrente alternada — essencialmente o primeiro dínamo —, em 1832.
Em 1823, o químico escocês Charles Macintosh inventou o tecido à prova de água. No ano seguinte, era vendida a primeira gabardina Mackintosh (a ortografia alternativa "Mackintosh" tornou-se rapidamente padrão).
O mundo deve a invenção do cimento a um tal Joseph Aspdin. Em 1824, o inglês inventou e patenteou um processo químico para a produção de cimento Portland. Foi uma das invenções mais importantes a sair da Revolução Industrial e continua a ser o tipo mais comum de cimento de uso geral no mundo hoje. Foto: um forno de cimento Portland em Northfleet, Inglaterra em 1848.
O físico inglês William Sturgeon desenvolveu teorias apresentadas pelos colegas cientistas Hans Christian Ørsted, André-Marie Ampère e François Arago para inventar o primeiro eletroíman artificial em 1824.
O francês Joseph Nicéphore Niépce é geralmente considerado o inventor da fotografia. Em 1826 ou 1827, usou uma câmara primitiva para produzir a fotografia sobrevivente mais antiga de uma cena do mundo real, a vista de uma janela de sua casa em Saint-Loup-de-Varennes.
O americano William Austin Burt é o homem que inventou a máquina de escrever, que ele patenteou em 1829 e chamou de "tipógrafo". Embora ele seja considerado o "pai da máquina de escrever", foi somente em 1867 que a primeira máquina de escrever moderna foi inventada por Christopher Sholes. (Foto: Wikimedia/CC BY 2.0)
O primeiro telégrafo elétrico comercial foi o sistema Cooke e Wheatstone, demonstrado com sucesso em 1837 por Sir William Fothergill Cooke e Charles Wheatstone. Na foto estão as duas máquinas de telégrafo usadas na linha ferroviária entre Paddington e Slough, na Inglaterra.
Outra figura estimada no avanço das comunicações telegráficas foi o americano Samuel Morse. Foi ele quem desenvolveu o código Morse, usado pela primeira vez por volta de 1844 e que se tornou a principal linguagem da telegrafia no mundo. Além disso, é ainda hoje o padrão para transmissão rítmica de dados.
Em 1838, o físico e advogado galês William Grove descreveu o desenvolvimento de uma célula a combustível bruta que combinava chapas de ferro, cobre e porcelana e uma solução de sulfato de cobre e ácido diluído. O físico alemão Christian Friedrich Schönbein também é creditado com o desenvolvimento das primeiras células de combustível, quando fez notar que a corrente gerada a partir de hidrogénio e oxigénio se dissolvia em água. A célula a combustível de ácido fosfórico de hoje baseia-se nesses métodos e materiais.
O processo Bessemer foi o primeiro processo industrial barato para a produção em massa de aço a partir de ferro-gusa fundido. Batizado com o nome do seu inventor, o inglês Henry Bessemer, que patenteou o processo em 1856, o processo provaria ser uma das maiores invenções da Revolução Industrial. O princípio básico é a remoção de impurezas do ferro por oxidação através do sopro de ar no meio do ferro fundido. Na foto: uma fábrica siderúrgica do século XIX em Pittsburgh.
Também conhecida como bateria elétrica, a pilha voltaica foi inventada em 1880 pelo físico italiano Alessandro Volta. A bateria fabricada por Volta é creditada como a primeira do mundo.
O cientista britânico John Herschel é creditado por ter inventado o processo de reprodução de um desenho técnico usando um processo de impressão por contacto em folhas sensíveis à luz — o cianótipo. Ele introduziu a técnica em 1842, que foi posteriormente desenvolvida pelo químico francês Alphonse Louis Poitevin em 1861.
Inventada pelo químico sueco Alfred Nobel na década de 1860, a dinamite rapidamente substituiu a pólvora como o explosivo preferido para partir rocha e demolir prédios e fortificações. Mais segura e mais poderosa, a dinamite ganhou rapidamente uso em larga escala em todo o mundo.
Veja também: Os desastres industriais que marcaram a história
As invenções da Revolução Industrial
Coisas essenciais que descobrimos há 250 anos. Algumas delas ainda são usadas hoje em dia!
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Durante a Revolução Industrial, ocorreu a transição em larga escala para novos processos de fabrico na Europa e nos Estados Unidos, entre meados de 1700 e meados de 1800, e representou uma era de grande avanço tecnológico. Foi também uma época em que foram introduzidas numerosas alterações pioneiras, inovações-chave que mudariam a maneira como vivemos para sempre. De facto, grande parte da tecnologia usada no setor industrial hoje tem as suas origens na modernização da indústria nos séculos XVIII e XIX.
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